Pergunta

Alternativas ao DynDNS no MEO FiberGateway GR241AG?

  • 23 July 2021
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Reputação 2

Viva,

Tenho há uns anos um MEO FiberGateway GR241AG (versão do software 3RGW040A00r059), através do qual registo o endereço IP atribuído pela MEO, via DynDNS.org, sem quaisquer problemas. Sei que há alternativas, claro, mas eu fui um dos «clientes originais» do DynDNS quando tinha acabado de ser lançado há precisamente 20 anos atrás, e ainda me consideram «utilizador VIP», pelo que ainda o uso diariamente…

Ora o problema é que a Oracle comprou o DynDNS há uns tempos, e já anunciou que ia descontinuar o serviço a Maio de 2019; agora parece que parte dos serviços continuará a funcionar até Maio de 2023; depois disso, há dúvidas sobre o que irá acontecer (parece que pelo menos teremos o Dynamic DNS propriamente dito a funcionar até 2023)... Isto é lixado porque não é só o router de casa que usa um endereço dinâmico; também tenho espalhados por aí vários endereços (estáticos!) com DynDNS...

O que não faltam é serviços do género, e o próprio grupo PT, através do SAPO, tem o seu próprio serviço, com muitas limitações, é certo, mas alegadamente funciona bem e está totalmente integrado nos FiberGateway (ou seja, a activação faz-se na Área de Cliente, nem é preciso mexer no router). Mas, mais cedo ou mais tarde, estes serviços acabam por desaparecer, pelas mais diversas razões, e sem ter uma forma mais flexível de aceder a alternativas, o FiberGateway deixa funcionar com DNS dinâmico.

Neste momento, e com a versão 3RGW040A00r059 do software, estão disponíveis os seguintes serviços:

Sapo DynIP. Funciona sem configuração no router, mas tem algumas limitações — só é possível registar um endereço por cliente MEO, só existe um único domínio para todos, e a alteração do endereço IP leva muito tempo a propagar (já li queixas de que levava meia hora, várias horas, ou mesmo 72 horas!!).

DynDNS: Criado em 2001 e integrado na Oracle via Dyn, o serviço funciona de momento de forma maravilhosa, sem falhas, mas lá está: a partir de Maio de 2023, não é certo quais sejam os serviços da Dyn que se irão manter ou não. À cautela, mais vale mudar de serviço/fornecedor...

TZO: Um fornecedor de serviços semelhantes ao do DNS, o TZO foi adquirido pela Oracle em 2019 (salvo erro), fundido com a Dyn, e depois «desapareceu do mapa». Como a aquisição se deu mais ou menos ao mesmo tempo que o DynDNS, presumo que a Oracle quis adquirir «a concorrência» para depois fechar a empresa e terminar o serviço… De momento, só se encontram cópias em arquivo da solução adoptada pelo TZO, mas, para todos os efeitos, devemos assumir que o serviço deixou de existir. Não faz, pois, qualquer sentido manter esta opção no router.

Resta o No-IP. Infelizmente, com o processo da Microsoft contra a NoIP.com, que permitiu à Microsoft, em 2014, controlar grande parte dos domínios detidos por esta empresa (depois lá reconsideraram e devolveram os domínios à NoIP.com), as coisas ficaram um pouco «tremidas» para a NoIP.com (o que aconteceu uma vez pode acontecer de novo… gato escaldado tem medo de água fria...). Ou seja: é, e provavelmente continuará a ser, uma opção viável, mas não devia ser a única que se irá manter a funcionar a partir de 2023 no router...

Urge, pois, que a MEO repense esta funcionalidade. Ora não estou à espera que o router tenha opções para todos os fornecedores do serviço Dynamic DNS (até porque, nalguns casos, há empresas que alojam DNS e que permitem essa funcionalidade através das suas APIs, só que não lhes chamam «Dynamic DNS»…). Historicamente, este serviço apareceu porque em 2001 não havia forma das pessoas contactarem um serviço remoto para alterarem dinamicamente o endereço IP dos seus routers, sempre que este mudava; podia-se fazer isso manualmente; e, nalguns casos muito excepcionais, seria possível fazer uma série de scripts complicados para entrar na página de administração de um domínio e alterar o DNS. Mas isso era noutros tempos; hoje em dia, com montes de JavaScript, CAPTCHAs, autenticação de dois factores, recurso a biometria, entre tantos outros processos criados de propósito para impedir que se consiga (com facilidade, bem entendido) entrar remotamente num servidor sem se ser um humano por trás de um teclado, este tipo de «artimanha» deixou de ser viável (além de que basta que a página de acesso ao serviço DNS sofra alterações cosméticas para que seja preciso mudar a nossa bateria de scripts...).

Em compensação (e isto já era verdade para o DynDNS «original»), surgiram as APIs que permitem fazer essas alterações de forma consideravelmente simplificada, com o recurso a um sistema de autenticação simples (mas não necessariamente pouco seguro!), e fazendo-se uma chamada a um servidor Web que aceita determinados parâmetros e que faz essas modificações sem ser necessário passar pelo processo manual de alteração. Esta é a única forma viável de automatizar o processo; e é obviamente o que o router da MEO usa internamente, para as três opções que dá (excepto para o dynIP do SAPO, que funciona de forma ligeiramente diferente).

Ora, regra geral, os serviços que estive a pesquisar (e longe de mim querer afirmar que sejam todos assim!) funcionam todos de forma semelhante, inspirada na API desenvolvida para o próprio DynDNS. Passa tudo por invocar um URL, levando como parâmetros o novo endereço IP, o nome da conta, e a senha associada. O formato varia um pouco consoante o operador, bem entendido.

Bastaria, pois, à MEO criar um formulário simplificado, em que fosse possível colocar não só o nome do operador de Dynamic DNS, o login e a password… mas também o URL de acesso ao serviço. A maior parte das APIs dos serviços de Dynamic DNS satisfaz-se com tão pouco como isto, e resolvia-se assim esta limitação, de uma vez por todas.

Com certeza que se podiam listar alguns dos serviços de Dynamic DNS actualmente ainda em funcionamento, para quem não queira ter uma configuração tão «complicada», acrescentando-se uma opção para «outros operadores» onde se poderiam colocar mais dados.

Duvido é que a MEO possa fazer uma coisa dessas; que eu saiba, o software que corre nos GR241AG não é desenvolvido pela MEO. Alegadamente será feito por uma subsidiária da Altice, mas também não sei onde é que termina a capacidade de alteração do código-fonte da própria Altice, e onde começa a capacidade da entidade que tenha feito o desenvolvimento original… pois uma coisa é a «personalização» (o look & feel do interface Web) — isso está claramente sob controlo da Altice/PT/MEO — a outra é a funcionalidade...


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